Há QUA-REN-TA anos que vivo sentada no espanto🙌 O cálice da minha gratidão por ter chegado a este 10 de maio de 2023 transborda🥹 E nos meus lábios hoje estão ainda mais estas palavras, que são literalmente Vida para mim: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre da minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir”- Salmos 139:13-16 O maior presente deste meu espanto contínuo, desde 1983, é ser um testemunho do Seu Amor✨ #gotasnocharco #gratidao #aniversario #quarentona #amafifazanos #ebenezer
De todas as vezes este ano em que planeei parar, ou lhes tentei chamar férias, não aconteceu. Fui parada, contra a minha vontade, várias vezes, não propriamente para ócio mas para dar espaço a que as dores doessem. E se fartassem de mim! Em todos esses momentos, aprendi mais acerca do Tempo, que não é nosso, e o que está ao nosso alcance fazer com ele. Aceita-lo, inclusive. Quanto mais confiamos, fora de pé do nosso controlo, menos a frustração se sente e a gratidão fica mais nítida. Portanto, num ano em que a palavra celebração encheu os dias vividos – tanto pelo nascer do meu novo livro como pelo nascer dos meus 40 anos – fui-me habituando a encontrar o descanso nos pequenos detalhes e a não me propor a grandes produções, sob pena de baterem na trave. Nessas escolhas aprendi a conhecer-me melhor e a quem acredito que fui criada para ser, na minha originalidade. É nesse encontro que sou verdadeiramente livre. Gastamos demasiado tempo em vão à procura de ideais, confundindo-os com a esperança que fica para lá da linha do horizonte. O corpo ideal, o parceiro ideal, a família ideal, as férias ideais, o trabalho ideal, os filhos ideais, o carro ideal e o local ideal para viver. Nessas viagens esquecemo-nos de aproveitar o que nos é dado de Graça, sem que para isso seja preciso esbracejarmos. Desligamo-nos da Esperança facilmente, obstinados pelos tais modelos ideais que nos fogem das mãos, e não percebemos que isso é o que precisamente esvazia a maré do nosso coração. É no ordinário que o extraordinário da dádiva da vida acontece. Por isso em Setembro não termina nada, mas está tudo outra vez a começar! 📸 by @nadiarlopes #setembroehoje #gotasnocharco #ferias2023 #ayamonte #gratidao #islacanela #oanocomecaemsetembro
Para alguém com mobilidade condicionada, que se desloque em cadeira de rodas, como eu, umas escadas simbolizam o inimigo. Aquilo que me bloqueia, trava, aprisiona, impede de seguir e me obriga a afastar da rota planejada. Lutar pelas acessibilidades arquitectónicas, no que a cimento diz respeito, não é querer viver de superação em superação de obstáculos, para que me tenham como uma inspiração. É pedagogicamente contribuir para esta mudança de entendimento: sem o obstáculo, não há nada para derrubar nem um qualquer Golias para enfrentar. Basta alguém querer, fica tudo mais fácil e ganhamos todos. Neste dia, no entanto, eu nem queria subir estas escadas. Detive-me apenas a olhar para o pedaço de céu que aquela noite clara me oferecia, no cimo dos degraus. E agradeci. Por nunca me ter cansado de renovar a perspectiva com que encaro todas as escadas que me têm aparecido no caminho. Na sua maioria são um inimigo invisível. Não são a pedra que se parte de um cenário que obrigatoriamente me levará a um lugar melhor. Pelo contrário, às vezes funcionam como atalho mais rápido apenas. Essas escadas não deixam de existir ao som da minha reclamação, lamento ou irritação. Quicá, existem só para me lembrar que eu tenho o poder de lhes virar costas, aquilo que vive em mim pode clarear a mais escura das noites e a minha voz calar o som externo que teima em me afastar da minha identidade. E mais, para avançar, se tiver mesmo de fazer das escadas caminho, a minha dignidade não se esvai nos braços nem no colo de alguém. Construir um amigo é o património que fará destruir qualquer degrau! #gotasnocharco #aceitacao #perspectivas #liberdade 📸 by @ivosimpson
(preciso dos próximos 40 anos para responder ao tsunami de amor e carinho que tenho recebido, das mais diversas formas, desde o meu dia 10 de maio 🎂🥹) EBENÉZER (um termo em hebraico que significa pedra da ajuda ou gratidão) é para mim a palavra que não me centrava apenas a mim nesta festa, mas que apontava para quem eu quero celebrar: o Autor da minha vida – que é uma ode às improbabilidades – que me planeou para ser esta Mafalda 🙌 “Até aqui nos ajudou o Senhor”, diz tudo acerca da maneira como quero viver tudo o que tenho à minha frente: com gratidão, reconhecimento, declaração, rendição, dependência e ousadia! É possível decidir isto e viver em alegria, festa, esperança e liberdade de expressar quem eu sei que fui criada para ser, sem medo de ser julgada pela minha aparência, limitações físicas e muito menos pela minha fé. Numa semana em que o país celebra o fim da vida (em nome da subjetiva dignidade), que eu não me canse de permanecer uma chama acesa pela VIDA e pelo MILAGRE que ela é✨ Obrigada a todos os que me empurram 🙌 📸 by @carlapais.photography 🎂 by @mssreis #gotasnocharco #gratidao #celebração #ebenezer #quarentinha #aniversário
12 anos que para mim serão sempre ontem✨Todos os anos digo a mesma coisa: vou sentir menos e vai custar menos. Tudo mentira. E mesmo que nos dias comuns tenha desistido de lutar no luto – e o tenha acolhido desde o 1o dia, transformando-o cada vez mais em louvor – neste que foi o dia em que, aqui na terra, fomos interrompidas não consigo com que doa menos. Não há receitas nem malabarismos. Não se trata de aceitação ou de fases do luto suprimidas. Só significa que não há medida para a dor da perda, como não há para se amar uma mãe. O tempo passa, tudo evolui e muda, o tipo de saudade torna a dor diferente, mas não a diminui ou desvaloriza. E este é o caminho mais solitário que alguma vez conheci, logo eu que estou sempre rodeada de pessoas. Ainda assim há a Esperança, que promete que um dia não haverá mais choro, que traz a paz consoladora e que transborda qualquer tentativa de entendimento, perante aquilo que aconteceu. Em dias como hoje, em que parece que as memórias são de ontem e a dor infindável e asfixiante, é quando o meu testemunho não pode ficar refém do silêncio. Esta travessia só tem sido possível com Deus e com cada um que Ele escolheu para não me deixar esquecer do tal “amanhã” que virá, da fidelidade daquilo que sei, mesmo que nem sempre sinta, e do rasto de luz que há 12 anos trago comigo. Tudo parecem lugares comuns quando quero escrever sobre esta realidade: morreste-me, Mãe! Mas fizeste nascer neste dia uma outra Mafalda, que com todas as emoções, continuará a ser conduzida pela Esperança. Amo-te🤍
A independência está a um passo da solidão! A frase é minha e hoje interpelou algumas das minhas amigas, que a retiveram como uma revelação. Afinal, não é uma frase consensual e assumo que só a defendo sem “mas” por causa da minha experiência e percepção da realidade. Contudo, o meu desejo é que quem olhe para mim encontre o descanso que eu tenho na ajuda (sem ser auto), na comunhão, na dependência, na aceitação, na empatia, na presença e no testemunho. Em tudo isto, nunca deixa de haver liberdade. Para quem, como eu, vive qual tartaruga numa carapaça, que está muitas vezes desgastada, quase como uma casa em obras, a lidar com dores físicas indomáveis, totalmente desalinhadas (e bem) com o que a alma tem dentro, só há uma direção possível: fazê-lo acompanhada! Almejar não precisar de ninguém é o maior perigo dos dias que correm. A nossa maior resistência a Deus, ou a uma qualquer ideia d’Ele, é também o medo de perdermos liberdade e com isso perdermo-nos. O dia em que descobrimos que é a precisar d’Ele que verdadeiramente nos encontramos transforma o nosso entendimento acerca de todos os conceitos em que, por não sermos os génios da lâmpada mágica, não podemos mudar. E estará tudo bem, porque a paz da aceitação é a única capaz de transfigurar o sacrifício em dádiva. #gotasnocharco #paciencia #esperanca #espera #aceitacao 📸 by @luisscastrophoto
Um dos meus versículos de eleição da Bíblia está em Salmos 30:5: “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Porque para mim ele remete-me automaticamente para a Esperança. Por mais escura que seja a nossa noite, há a promessa da manhã e, com ela, a vinda da claridade da alegria. Contudo, para quem vive com a dor crónica – nos períodos de crise aguda então ainda mais – é pela manhã que vem a escuridão daquele tipo de dor que nunca fica a zeros. É na rigidez matinal das articulações que me sinto muitas vezes como uma criança perdida, que por momentos se deixou largar da mão da alegria. Faça o que fizer, no dia anterior, é no despertar que a dor se torna interminável. Para quem, como eu, aprendeu por hábito, no dia-a-dia, a não lhe dar palco, nestas fases tenho de lidar muitas vezes com a incompreensão alheia, ainda que bem intencionada, dos que preferem a justificação à (minha) aceitação. “Não devias ter saído ontem. Se calhar andas a abusar. Tu não páras. Será do tempo? O que é que andas a comer? Não andas a dormir bem? Isso é stress ou a pressão do trabalho, só pode…” e continua. Nem todas as dores têm de ter um bode expiatório. Nem sempre os corpos onde elas passeiam têm cabeças irresponsáveis. E de todas as vezes em que de manhã o despertador da alegria não toca, porque é a dor crónica quem canta, isso chama-se condição. É um estado que se acolhe (ou não) até passar. A última coisa que se espera é que esta dor que, no fundo, é invisível como todas as dores, seja compreendida. Mas a melhor forma de sermos os facilitadores da Esperança de quem está sentado na dor ou, literalmente, sentado à espera que ela se vá, é nos alegrarmos com a sua aceitação. É crermos que o choro vai findar. E que há sempre finalidade em tudo o que não conseguimos explicar 🙏✨ 📸 by @carlapais.photography #gotasnocharco #aceitacao #dorcronica #esperanca #esperarsentada #condicao
Reduzimos a vulnerabilidade às lágrimas em público, erradamente. Podemos estar vulneráveis a seco – e até com um sorriso, que isso não quer dizer nada. A vulnerabilidade não é visível e por isso não deve ser confundida com as características da nossa condição (no meu caso: não andar, ter este tamanho, ter dores físicas, bla bla bla bla!) que de fora é lida como fraqueza/inferioridade. A vulnerabilidade é o terreno fértil da coragem. É sujeitarmo-nos a algo maior do que a nós mesmos e assumir: eu não consigo sozinha! E ainda bem, porque é na vulnerabilidade que os milagres são construídos. Ser vulnerável não é encolher, é ser capaz de agigantar o Amor, com que nos sabemos amados, e por causa disso desbloquearmos as estradas esburacadas dos nossos pensamentos. A vulnerabilidade anda de mãos dadas com uma rendição ilógica e ilimitada. É a nossa verdadeira vulnerabilidade que faz o exército do mal recuar. Quando a nossa vulnerabilidade nos ganha, é o tempo que sai a ganhar e nós com ele 🙏✨ #esperanca #gotasnocharco #vulnerabilidade #liberdade 📸 by @carlapais.photography
Numa era em que queremos controlar tudo ao milímetro e planear outro tudo ao segundo, o meu maior desafio tem sido largar, confiar e desejar ser surpreendida. É isto em si mesmo um paradoxo… já que querer saber, conhecer e estar informada também tem os seus benefícios para a prevenção, preparação e consciencialização dos desafios que me possam apresentar. Mas quem experimenta a verdadeira experiência de entregar tudo, derramar-se sem áreas escondidas e desejar ser encontrada pelo mistério da própria vida, só pode reconhecer que a disponibilidade traz a surpresa e o compromisso liberdade. É como viver num mundo à parte, dentro do mesmo mundo de toda a gente, e não ter dúvidas de que se está no endereço certo. Ninguém veio ao mundo para encaixar, mas para estar ligado e em relação. Quanto mais assumo a responsabilidade de me permanecer ligada, inteira e disposta ao desconhecido, mais sou surpreendida e confirmada nos sonhos que nem ousei sonhar. Mais me arde o coração para o entusiasmo de que cada dia é o início de uma oportunidade. O meu palco indissociavelmente visível é a cadeira de rodas, o microfone é o outro veículo exposto que faz a minha vida transbordar, mas é dentro do abraço privado que sou lembrada de onde vim e enviada para onde devo ir. Quanto mais sou apertada nesse abraço, que traz a paz excedível de entendimento, mais leve fico para ir para águas profundas e aprendo a respirar como nunca antes🙌 📸 by @luisscastrophoto #gotasnocharco #esperanca #sorrirsobrerodas #confirmacao #ir #renovacaodapromessa #compromisso #proposito
A rainha das festas @nadiarlopes chegou aos 36 🥳 há uns dias, mas este tratado de honra chega sem data marcada no calendário, porque ela é literalmente a de todos os dias, desde o seu era uma vez. Onde ela está há cor, riso, luz e movimento (não fosse ela a hiperactiva do nosso 💖!). Não me lembro da minha vida antes de ela existir. Só do momento em que soube que ela tinha chegado e o nome dela não satisfez os meus desejos 😂 Mal sabia eu que esta prima (facilmente confundida com uma irmã nova que se acha velha!) e afilhada ia dar-me tanto orgulho, alegrias e ser uma parceira de existência. Este mulherão de caracois, abraço das entranhas e sorriso fácil é uma das minhas responsabilidades saudáveis. Se algum dia precisasse de medir o impacto das minhas escolhas na vida dos outros, bastava-me a Nádia e tudo o que a vejo ser e fazer tão melhor do que eu🥹 Continua a caber-me no colo, a dar-me colo e a querer que as suas “ricas filhas” cresçam com a tia que não cresceu 😂 A minha miúda continua frenética na urgência de querer deixar o mundo melhor à sua passagem, mas também sabe que é rendida Àquele que o criou que o Bem permanece. Eu continuo a achar que Ele deu-lhe mais horas no dia do que a todos nós😇 Ama-la é um direito que me foi dado desde o seu princípio. Admira-la é o dever que tenho feito por cumprir 🫶 Atenção: a 2a foto pode causar vergonha alheia à estilosa da aniversariante 😉 #anadiafez36 #nosteuscaracois #muitasvezesmaisdoquetodas #tudodenadia
A rainha das festas @nadiarlopes chegou aos 36 🥳 há uns dias, mas este tratado de honra chega sem data marcada no calendário, porque ela é literalmente a de todos os dias, desde o seu era uma vez. Onde ela está há cor, riso, luz e movimento (não fosse ela a hiperactiva do nosso 💖!). Não me lembro da minha vida antes de ela existir. Só do momento em que soube que ela tinha chegado e o nome dela não satisfez os meus desejos 😂 Mal sabia eu que esta prima (facilmente confundida com uma irmã nova que se acha velha!) e afilhada ia dar-me tanto orgulho, alegrias e ser uma parceira de existência. Este mulherão de caracois, abraço das entranhas e sorriso fácil é uma das minhas responsabilidades saudáveis. Se algum dia precisasse de medir o impacto das minhas escolhas na vida dos outros, bastava-me a Nádia e tudo o que a vejo ser e fazer tão melhor do que eu🥹 Continua a caber-me no colo, a dar-me colo e a querer que as suas “ricas filhas” cresçam com a tia que não cresceu 😂 A minha miúda continua frenética na urgência de querer deixar o mundo melhor à sua passagem, mas também sabe que é rendida Àquele que o criou que o Bem permanece. Eu continuo a achar que Ele deu-lhe mais horas no dia do que a todos nós😇 Ama-la é um direito que me foi dado desde o seu princípio. Admira-la é o dever que tenho feito por cumprir 🫶 Atenção: a 2a foto pode causar vergonha alheia à estilosa da aniversariante 😉 #anadiafez36 #nosteuscaracois #muitasvezesmaisdoquetodas #tudodenadia
A rainha das festas @nadiarlopes chegou aos 36 🥳 há uns dias, mas este tratado de honra chega sem data marcada no calendário, porque ela é literalmente a de todos os dias, desde o seu era uma vez. Onde ela está há cor, riso, luz e movimento (não fosse ela a hiperactiva do nosso 💖!). Não me lembro da minha vida antes de ela existir. Só do momento em que soube que ela tinha chegado e o nome dela não satisfez os meus desejos 😂 Mal sabia eu que esta prima (facilmente confundida com uma irmã nova que se acha velha!) e afilhada ia dar-me tanto orgulho, alegrias e ser uma parceira de existência. Este mulherão de caracois, abraço das entranhas e sorriso fácil é uma das minhas responsabilidades saudáveis. Se algum dia precisasse de medir o impacto das minhas escolhas na vida dos outros, bastava-me a Nádia e tudo o que a vejo ser e fazer tão melhor do que eu🥹 Continua a caber-me no colo, a dar-me colo e a querer que as suas “ricas filhas” cresçam com a tia que não cresceu 😂 A minha miúda continua frenética na urgência de querer deixar o mundo melhor à sua passagem, mas também sabe que é rendida Àquele que o criou que o Bem permanece. Eu continuo a achar que Ele deu-lhe mais horas no dia do que a todos nós😇 Ama-la é um direito que me foi dado desde o seu princípio. Admira-la é o dever que tenho feito por cumprir 🫶 Atenção: a 2a foto pode causar vergonha alheia à estilosa da aniversariante 😉 #anadiafez36 #nosteuscaracois #muitasvezesmaisdoquetodas #tudodenadia
“(..) Ainda és fofa. Ainda tens muito dessa criança. Este teu ar de miúda deslumbrada com a vida. Poderia escrever um livro só sobre este teu olhar”. Foi assim que uma das minhas pessoas se pronunciou, depois de ver fotos minhas minúscula; já que continuo pouco crescida 😇 Ela referia-se a este olhar, que tem deambulado entre o deslumbramento, o espanto e o assombro de permanecer na vida, contra todos os prognósticos humanos. À parte desta minha amiga ser uma exagerada nos adjectivos, dou a mão à palmatória pois acerca deste olhar ela tem razão. É mais do que prestar atenção. É mais do que um olhar de quem – por estar permanentemente sentada – repara ao invés de apenas ver. É um olhar de quem nunca perdeu a lucidez de que podia não ter sido nada assim… E ao mesmo tempo é um olhar desembaciado de mágoas, amarguras, revoltas, desilusões, vazios (a partir das perdas) e nostalgia. À medida que o tempo foi avançando fui-me libertando das convenções e deixei apenas o brilho das convicções. Hoje, vejo claramente que honrar a nossa história não pode ser alimentarmo-nos do que já não regressa, por isso o meu olhar permanece em quem eu quero ver no meu futuro. Continuo saudavelmente inquieta, a descobrir-me no caminho da Esperança, mas ao mesmo tempo descansada n’Aquele que me vale desde o princípio. Talvez a minha maior conquista, com os “entas” à espreita, foi não ter permitido que o meu olhar envelhecesse. Olhar para a frente, como uma criança, ajuda-me a chegar sempre a tempo do novo. Mas também me lembra que fomos feitos para a (matur)idade na altura de o desembrulhar. Por via da gratidão, e não das dúvidas, vou manter o pára-brisas ligado! Deixar-me ser surpreendida também é um ato de dependência, sempre como um bem maior🙌 📸 by @b_love.studios #gotasnocharco #olhar #esperanca #gratidao #adeus39 #valhamedeus #sorrirsobrerodas
“Há quem viva 100 anos sem nunca ter 1/3 do amor que te rodeia!”, disse-me uma fabulosa amiga, depois de ver a galeria de fotos, da celebração dos meus 40, da talentosa @carlapais.photography 📸 E eu fiquei a pensar nisto: o Amor afinal não nos rodeia a todos? Porque é que algumas pessoas não o “têm”, por mais anos que vivam? Porque o Amor não é uma coisa que se apanha na rua e se leva para casa. O Amor não se pesca, não se ganha num jogo, não se implora, não se compra, não se descobre pela lógica, nem tão pouco se chega por malabarismos e piruetas. O Amor não é algo que possamos pensar em possuir, pois é ele que nos alcança a nós. Não é um direito, é um dever a partir do momento em que, por nos conhecermos, também nos sabemos amados. E é isso que nos torna disponíveis para amarmos o próximo – nem mais nem menos – como a nós mesmos. Este Amor que hoje me rodeia é fruto de intencionalidade, de tempo investido, de produção de muitas Mesas, de lições aprendidas, de lucidez de que nada me pertence e de que eu nada controlo, de escuta e de partilha de vulnerabilidade, de confiança, de gratidão, de verdade, de sacrifícios, de medir o urgente, prioritário e importante, de aprender a distinguir o trigo do joio, de segundas oportunidades, de corações com olhos e cabeças com batimentos cardíacos, de desbravar caminho, de ver para além do que a vista alcança, de empurrar potencial, de espantar o mal com gargalhadas e centralizar a oração como linguagem máxima do meu Amor. Tudo isto é também uma espécie de íman. Portanto, o Amor que fica é o de todos aqueles que sabem que relacionar-se em amor é um trabalho em permanente construção. E que ainda assim não desistem de mergulhar❤️. #gotasnocharco #gratidao #celebração #ebenezer #quarentinha #aniversário #ligacao
A motivação que a maioria vende, por baixo dos holofotes, na sociedade atual, é um conjunto de frases baratas – por serem repetiveis até à exaustão -, mas que na maioria dos casos saem bem caro. Incentivar, apoiar, estimular, motivar e encorajar os outros é muito mais do que despejar-lhes receitas rápidas de positivismo. Até porque motivar não é convencer. Ser voz de uma história real e, portanto, com imperfeições, poderá trazer inspiração, identificação e reflexão, mas não espoleta necessariamente uma ação imediata em alguém. Se encorajar significa incutir coragem, então isso só pode ser exercitado com conhecimento, escuta, presença, interesse e genuína atenção. O encorajamento saudável e eficaz dificilmente poderá acontecer a partir de um palco, de um filme, livro ou de uma outra montra qualquer que não se nos dirija particularmente. A resposta ao ânimo não funciona no tempo, se for apenas um enfiar de carapuça do momento. É preciso comunhão, envolvimento e relação. Todos nós precisamos de ser alvo de ânimo interessado. Ter gente ao lado verdadeiramente interessada em nós, em conhecer-nos, agitar sonhos, escavar potencial, soprar-nos entusiasmo, descobrir-nos os dons e talentos e iluminar a estrada. Para isso tudo ser desenvolvido é preciso tempo. Encorajar é assim investir tempo em alguém que há-de gasta-lo em outro alguém. Motivar é um caminho sem retorno próprio. Despertar vontades, que contribuirão para bens maiores, é como sermos pescadores de medos. E guardiães do valor que tem a vida e o propósito de cada um, que nos é confiado. O melhor encorajamento que podemos dar é a capacidade de não nos demitirmos de acender a luz de presença durante a travessia das dúvidas. 📸 by @b_love.studios #gotasnocharco #entusiasmo #gratidao #proposito #motivacao
“Quem pensa que só nascemos uma vez, engana-se. Erra quem pensa que nascemos uma só vez. Para quem quer viver, a vida está repleta de nascimentos. Nascemos muitas vezes durante a infância, quando os olhos se abrem em alegria e maravilha. Nascemos nas viagens sem mapa nos quais a juventude se arrisca. Nascemos na sementeira da vida adulta, amadurecendo, entre invernos e primaveras, a misteriosa transformação que coloca no caule a flor, e dentro da flor o perfume do fruto. Nascemos muitas vezes naquela idade avançada em que as atividades não cessam, mas reconciliam-se com os vínculos interiores e os caminhos que tinham sido adiados. Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar. Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de certas lágrimas. Nascemos na oração e no dom. Nascemos no perdão e no conflito. Nascemos no silêncio ou iluminados por uma palavra. Nascemos no levar ao termo um compromisso, e na partilha. Nascemos nos gestos ou para além dos gestos. Nascemos dentro de nós e no coração de Deus. Por isso, peço-te, Jesus, que me ensines a nascer: quando as esperanças se rompem como coisas gastas; quando me faltam as forças para o degrau seguinte, e hesito; quando da semente parece que só recolho o vazio; quando a insatisfação corrói também o espaço da alegria; quando as mãos desaprenderam a transparente dança do dom. Quando não sei abandonar-me em ti”, by @comodissetolentino 📸 by @carlapais.photography
Para quem nunca andou, aquilo que significa “ir ali sentar-me um bocadinho”, não é o mesmo do que para os seres andantes. Costumo dizer que tenho, muitas vezes, de me obrigar a sentar-me com a cabeça e com o coração, já que aparentemente não mudo de posição. Afinal, posso estar em movimento, a caminhar, a trabalhar, a exercer atividades rotineiras e a acumular esforços permanecendo sentada. Essa gestão implica que eu aprenda (com o avançar da idade) a distinguir que há tempo para fazer acontecer na minha cadeira de rodas e há tempo para descansar no banco do jardim. A contemplação nem sempre acontece num cenário de sonho ou com uma paisagem de beleza natural à frente e ainda assim não deixa de ser eficaz. Desde que eu decida parar antes de ser parada. O maior desafio de quem não cansa as pernas, como é o meu caso, é não sucumbir ao cansaço do inesperado, das dores sem pré-aviso, da reorganização da agenda, da dependência dos outros, do equilibrismo da fragilidade física em causa-efeito e do que teima em me empurrar para a frustração de não poder “ir” aonde me apetece. É por isso que para mim uma Mesa sem horas pode querer dizer uma caminhada de muitos km. Ou um sofá partilhado significar um oásis no deserto dos dias em que existir sentada por si só não alivia. De cada vez que intencionalmente me sento, ergo a cabeça e dobro o coração, dou mais valor a com quem o tempo é ganho. É sentada que dou mais atenção aos detalhes e agradeço a lucidez de não querer ser outra Mafalda, mesmo quando gostava de estar noutro lugar. #gotasnocharco #sentar #descansar #aceitacao #gratidao #pordosol
Para quem nunca andou, aquilo que significa “ir ali sentar-me um bocadinho”, não é o mesmo do que para os seres andantes. Costumo dizer que tenho, muitas vezes, de me obrigar a sentar-me com a cabeça e com o coração, já que aparentemente não mudo de posição. Afinal, posso estar em movimento, a caminhar, a trabalhar, a exercer atividades rotineiras e a acumular esforços permanecendo sentada. Essa gestão implica que eu aprenda (com o avançar da idade) a distinguir que há tempo para fazer acontecer na minha cadeira de rodas e há tempo para descansar no banco do jardim. A contemplação nem sempre acontece num cenário de sonho ou com uma paisagem de beleza natural à frente e ainda assim não deixa de ser eficaz. Desde que eu decida parar antes de ser parada. O maior desafio de quem não cansa as pernas, como é o meu caso, é não sucumbir ao cansaço do inesperado, das dores sem pré-aviso, da reorganização da agenda, da dependência dos outros, do equilibrismo da fragilidade física em causa-efeito e do que teima em me empurrar para a frustração de não poder “ir” aonde me apetece. É por isso que para mim uma Mesa sem horas pode querer dizer uma caminhada de muitos km. Ou um sofá partilhado significar um oásis no deserto dos dias em que existir sentada por si só não alivia. De cada vez que intencionalmente me sento, ergo a cabeça e dobro o coração, dou mais valor a com quem o tempo é ganho. É sentada que dou mais atenção aos detalhes e agradeço a lucidez de não querer ser outra Mafalda, mesmo quando gostava de estar noutro lugar. #gotasnocharco #sentar #descansar #aceitacao #gratidao #pordosol
“Um grande músico e a aproximação”😂, podia ser a legenda desta foto. Para quem nos conhece “parece” que não podíamos ser mais diferentes. Mas o maior tesouro disto que significa ter no @ruizinhoc o meu irmão do ❤️ é que somos iguaizinhos naquilo que nos ligou, desde o 1o dia, e que nos tem feito permanecer (Ebenézer para ti também 😂). O meu mano (que tem sempre a mania que é o velho porque manda 🙄) chega hoje aos 40🥳 e eu estou tão grata pela vida dele. Nada disto (que tu não gostas nada🤪) faz jus ao quão mereces ser celebrado, pelo tanto que és e dás. Agradecer-Lhe ter-te enviado para seres o meu irmão de todas as horas devia ser mandamento. Declará-lo é também uma maneira de não deixar que nada nos desafine! Obrigada por não desistires – à excepção da música que não há em mim. Obrigada por seres um farol, uma âncora e o meu melhor amigo. Parabéns meu mau feitio de humor refinado e coração ilimitadamente bom! #omanofaz40 #oruizinhoebebe #quanrentinhaequarentao
Estamos a pouco mais de meio deste ano civil. Surpreendi-me quando uma amiga escreveu no nosso grupo de whatsapp: “bom arranque de semestre!”. Não temos por hábito assinalar o intermédio de nada, pois não? Como se aquilo que importasse fosse apenas o início e o fim das coisas. Contudo, é a meio de uma qualquer jornada que mais precisamos de encorajamento, entusiasmo, reavivar de memória, sinalética para a esperança, injeção de motivação e linguagem constante de gratidão. É no meio que o cansaço nos pode fazer resvalar e que mais precisamos que nos levantem os braços. No fundo, cada novo fôlego é um arranque. Então que seja acolhido no desejo de nos espantarmos com o desconhecido e com a certeza de que no conhecido fomos beneficiados pela Graça. É no meio que devíamos procurar ainda mais a alegria da primeira vez. É no meio que precisamos de somar bênçãos, subtrair distrações, multiplicar a fé e dividir as preocupações. É no meio que verdadeiramente encontramos (ou não) a permanência da presença. É no meio que chegamos à conjugação de pertencer. E é também a partir do meio que mais precisamos de renovar votos. Não há melhor meio para prosseguir. 📸 by @carlapais.photography #gotasnocharco #surpresa #nomeio #esperanca #gratidao #consistencia
“O que significa estar no mesmo barco? Permitam-me pegar numa parábola. Circula há anos, atribuída à antropóloga Margaret Mead, a seguinte história. Um estudante ter-lhe-ia perguntado qual seria para ela o primeiro sinal de civilização. E a expectativa geral é que nomeasse, por exemplo, os primeiríssimos instrumentos de caça, as pedras de amolar ou os ancestrais recipientes de barro. Mas a antropóloga surpreendeu a todos, identificando como primeiro vestígio de civilização um fémur quebrado e cicatrizado. No reino animal, um ser ferido está automaticamente condenado à morte, pois fica fatalmente desprotegido face aos perigos e deixa de se poder alimentar a si próprio. Que um fémur humano se tenha quebrado e restabelecido documenta a emergência de um momento completamente novo: quer dizer que uma pessoa não foi deixada para trás, sozinha; que alguém a acompanhou na sua fragilidade, dedicou-se a ela, oferecendo-lhe o cuidado necessário e garantindo a sua segurança, até que recuperasse. A raiz da civilização é, por isso, a comunidade. É na comunidade que a nossa história começa. Quando do eu fomos capazes de passar ao nós e de dar a este uma determinada configuração histórica, espiritual e ética”, by @comodissetolentino 📸 by @b_love.studios #gotasnocharco #comunidade #barcodepapel #fragilidade #ligacao #cuidar
“No princípio era o abraço, se pensarmos no colo que nos nutriu na primeira infância. Essa foi, para a maioria de nós, a primeira e reconfortante forma de comunicação. Mas a necessidade de um abraço acompanha a nossa existência até ao fim. O abraço é uma longa conversa que acontece sem palavras. Tudo o que tem de ser dito soletra-se no silêncio, e ocorre isto que é tão precioso e afinal tão raro: sem defesas, um coração coloca-se à escuta de outro coração”, by @comodissetolentino 📸 by @carlapais.photography / @b_love.studios #diadoabraco #ligacao #abracar #gotasnocharco
Quando nasce um bebé com deficiência numa família, todos procuram a causa, o porquê, o bode expiatório para culpar. Quando uma família se vê confrontada com uma doença adquirida, um cenário aparentemente impossível de suportar ou uma perda anti-natura, continua-se numa busca inglória por culpados e inocentes. Até mesmo antes de Jesus curar o cego de nascença (num dos episódios bíblicos) os discípulos perguntaram-Lhe de quem era a culpa no estado daquele homem. Pode até ser inconsciente, mas achamos que conhecer o sentido da vida é vivê-la sempre como causa-efeito. Como se aquilo que nos fosse pedido cá é que andássemos constantemente a apurar responsabilidades e a arranjar explicações, para o que não comandamos, que é, paradoxalmente, nada, no fundo! Vivermos ligados uns aos outros, desenvolvermos relacionamentos e fazermos parte de uma comunidade, devia trazer-nos a urgência primeira de, perante a dor do outro, sermos capazes de repetir, sem número limitado, a frase: A CULPA NÃO É TUA!!! Atravessar um vale escuro, só é possível quando alguém nos encaminha para a Luz, que está acima / à frente daquilo que estamos a viver no momento… e que estará sempre à nossa espera. Ao invés de escavar, ainda mais fundo, nos “ses” que não vão alterar absolutamente nada das circunstâncias. Exercitar a empatia camuflada é sentarmos-nos à procura de razões para que depois possamos “lavar as nossas mãos”. Sermos verdadeiramente compassivos é escolhermos viver numa (com)unidade que privilegia a aceitação, a oração, o abraço e até o silêncio das não respostas. É o Amor que nos liberta da culpa. O Amor que não se explica, mas que se acolhe ou não. A quem está ao nosso lado só é pedido que seja um farol para esse Amor, sem apontar para mais nada🙏✨ 📸 by @carlapais.photography #gotasnocharco #gratidao #celebração #ebenezer #oracao #ligacao #comunidade #família
Sou a soma de muitas coisas. Sou uma pessoa de quatro décadas, ainda em construção, felizmente inacabada e, graças a Deus, imperfeita. Mas sou assumidamente um produto contínuo da oração. Do ontem, do diário e do que há-de vir. Não me imagino sequer a existir de outra forma e por isso é que esse é também o meu melhor presente para alguém. A oração não é só o socorro na hora da angústia, do desespero, do vazio ou do embaciado da dúvida. É a linguagem do descanso na tempestade, sim. Mas é também a segurança de que a deriva, o acaso e a sorte não nos pertencem. A oração é a banda sonora favorita da Boa Nova. É o alcance fora de pé da nossa humanidade. E o trono onde a nossa empatia se senta quando amamos alguém. É nos reduzirmos à significância de que a autoria da Esperança não é nossa. Foi por causa desta linguagem que cheguei aqui. O poeta disse que é pelo sonho que vamos, mas eu sei que é pela oração que continuarei a ir. Ela é o chão, que não preciso de pisar ou sentir, para saber que está à minha frente. E é ao mesmo tempo o céu que me protege, como todas as mãos que me têm coberto e que nem sempre vejo ou conheço. A oração é – em mim – a ponte que preciso para construir tantas outras! Ela é o adubo para a manifestação do Bem. 📸 by @b_love.studios #gotasnocharco #empurrada #oracao #gratidao #tempo #consistencia #ligacao #presenca