Letícia Spiller Instagram – Em tempos sombrios é importante preservar o sagrado. É terrível ter que dizer o óbvio? O manto Tupinambá é do Povo Tupinambá. E nesse momento o povo Tupinambá precisa de nosso apoio para sair em vigília de Olivença para chegar até o Rio de Janeiro no Museu Nacional de encontro ao seu Manto-ancião. O pix está escrito no carrossel.
Pra contextualizar, caso você não entenda o que saiba o que acontecendo!
O Manto Tupinambá, uma das peças mais icônicas da cultura indígena brasileira, tem sido objeto de intenso debate e mobilização nos últimos anos. Esses mantos, feitos de penas vermelhas de aves como o guará, foram confeccionados pelos Tupinambá no período colonial e usados em rituais e cerimônias importantes. Atualmente, os poucos exemplares restantes estão em museus europeus, como o Museu Nacional de História Natural em Paris, o Museu Real de Ontário no Canadá e o Museu Nacional da Dinamarca.
Nos últimos tempos, líderes e representantes indígenas brasileiros, incluindo os Tupinambá, têm reivindicado a repatriação desses mantos. Para eles, os mantos representam não só um patrimônio material, mas também espiritual e identitário, uma vez que simbolizam a cosmologia e o modo de vida tradicional do povo Tupinambá. A repatriação seria um passo importante na reparação histórica pelos abusos e pilhagens cometidos durante o período colonial.
O debate ganhou visibilidade com exposições e projetos que colocam o manto em destaque, trazendo à tona questões sobre a preservação do patrimônio cultural indígena e os efeitos do colonialismo. Em 2021, por exemplo, o Brasil emprestou o manto para uma exposição no Museu Nacional de Copenhague, o que reacendeu o debate sobre a devolução desses artefatos ao Brasil.
O movimento pela devolução dos mantos se insere em um contexto mais amplo de reparação histórica e justiça social, no qual diversos povos indígenas e países colonizados vêm reivindicando o retorno de objetos e artefatos retirados durante a colonização. | Posted on 08/Sep/2024 19:23:36